sexta-feira, 3 de junho de 2011

LONDON, LONDON

Ontem hoje e sempre. Londres é tudo de bom!!!

Tate Galery e Mirò
Depois de uma semana de intensa atividade em Londres, estamos de volta à Milão. A rápida passagem pela capital da Inglaterra deixou novamente a sensação de quero mais. Estive alí em 2003 e é sempre uma experiência fantástica. A organização, o ritmo de vida e a infra-estrutura comprovam a competência dos ingleses em associar qualidade de vida, negócios, arte e divertimento.

Começamos a segunda-feira dando uma passada na exposição de Mirò na Tate Modern. Uma estrutura gigantesca que no passado foi a central elétrica de Londres e que desde 2000 abriga este importante centro de arte contemporânea.

Laurence Olivier como Hamlet
À tarde tinhamos o encontro no National Theatre, onde visitamos as três salas deste complexo mantido com recursos do Arts Council em parceria com a American Express. De início observa-se o nível de envolvimento com a cidade. Em um imenso foyer com um café-concerto, livraria, bilheteria e um restaurante inúmeras pessoas circulam e "consomem" o espaço independentemente de estarem alí para assistir aos espetáculos. Coincidentemente ocorriam três ensaios sendo no Teatro Cottesloe, o espaço mais alternativo, London Road sobre a história de um serial killer ocorrida em 2006.

No Teatro Lyttelton Onde Man Two Guvnors, adaptação musical para Servidor de dois Amos de Goldoni. E na grande sala Olivier The Cherry Orchard, de Tchecov, com uma cenografia gigantesca e muito realista. Pela descrição dos espetáculos podemos perceber como funciona a programação das salas. Cada qual com seu estilo de teatro e com um público específico. O complexo chama a atenção pela arquitetura à margem do Thamisa além da infraestrutura técnica impecável e com recursos de última geração. Visitamos também a sala de costura e a marcenaria. Tudo é produzido alí dentro dando a sensação de estarmos dentro de uma fábrica teatral.

A espetacular Royal Albert Hall, ao sair
fui reconhecido por um casal brasileiro
Na terça feira pela manhã fizemos um percurso similar dentro do Royal Albert Hall. Casa de shows para 5000 pessoas. Foi possível acompanhar a passagem de som para o show de Eric Clapton que aconteceria logo mais à noite. 360 dias por ano esta casa abre suas portas para o mundo que está de passagem por Londres. Mistura shows e concertos alí produzidos com artistas consagrados  Com recursos de primeiríssimo nivel e um conforto digno da família real foi certamente o local mais luxuoso que visitamos.

Logo mais à tarde visitamos a Royal Ópera Hall onde pudemos ouvir atentamente a diretora de patrocínio que explicou como são definidas as estratégias de patrocínio desta que é considerada uma das maiores casas de ópera do mundo. Localizada ao lado do mercado de covent-garden a estrutura é dividida entre o edificio histórico, o teatro em si, e o anexo onde estão localizados dois bares que atendem aos dois níveis de platéia. Um dos quais circulante e adaptável  para qualquer tipo de situação. Deste andar através uma escada rolante panorâmica chega-se ao acesso aos camarotes que conta ainda com um restaurante. A decoração muda conforme o local. Do moderno ao clássico a sensação é de estar dentro de refinado transatlântico e percorrer seus diversos ambientes. Todo o complexo administrativo é localizado circundando a torre cênica com janelas que permitem observar o palco, o retro-palco e as coxias. Um perfeita harmonia técnica-administrativa. Sem nenhum pudor observamos por um destes vidros o ensaio dos bailarinos enquanto eram coreografados.

Este quadro mostra como é Royal Opera House
Ao circundar a torre cênica pudemos entender o funcionamento do palco que é capaz de abrigar seis cenografias contemporâneamente. Funciona como um tipo de puzzle que desloca o palco cênico em duas regiões por coxia além do retro-palco, fosso e urdimento cênico. Uma verdadeira máquina cênica controlada por computador, mecatronia pura. À noite assistimos à opera Werther. Perfeitamente bela mas para quem conhece muito bem a obra me parece que o libreto torna a história por vezes patética.

A quarta-feira previa uma passagem à cidade natal de Shakesperare, no entanto alguns problemas de logística impossibilitaram a nossa ida. Acabamos então passando algumas horas agradáveis pelos parques da cidade. Eu aproveitei para visitar a Samuel French, uma livraria teatral que representa muitos autores em lingua inglesa. Uma experiência fantástica. Alí é possível encontrar tudo relacionado ao teatro.

Momento histórico dentro do Globe

A quinta-feira foi totalmente dedicada ao GLOBE THEATRE, e pode-se dizer que será inesquecível. Pela manhã conversamos com o diretor de educação que nos contou como o espaço sobrevive sem subvenção pública. Assistímos ainda ao ensaio de "Muito barulho por nada". À tarde um intervento sobre o o espetáculo que iríamos assistir "Como Gostais". Uma das 22 peças escritas de Shakespeare. Que encenação primorosa. Que tempo cênico dos ingleses. Um espetáculo sem qualquer recurso técnico de luz e som e que mantém vivo a essência do teatro de ator. A peça que iniciou ao entardecer e terminou com a luz do luar mereceu os 10 minutos de aplausos calorosos de uma platéia dividida entre as galerias e o salão onde a as pessoas assistem ao espetáculo em pé. Inesquecível. A maior das experiências teatrais da minha vida.

Os cubos da BBC
Já na sexta mudamos de argumento e fomos visitar o centro de produção e jornalismo da BBC. Criado nos anos 60 ainda hoje é de uma genialidade impressionante. O formato circular faz com que quase todos os estúdios estejam próximos o que possibilita uma circulação de informação entre todas as produções. Visitamos um dos principais estúdios onde são registradas as sitcoms inglesas. O que se vê é um exagero de tecnologica. Um imenso estúdio dotado de toda a iluminação possível. Visitamos ainda a redação jornalística e o setor meterológico.

Passamos ainda um belo sabado no mercado de Portobello em Notthing Hill, onde vimos alguns músicos de rua que valem cada minuto de observação. Ao retornar no domingo ficou a certeza do quanto Londres é a capital do mundo.

Já diziam Paulo Ricardo e Caetano Veloso: I'm lonely in London, London, is lovely so.

Um comentário:

  1. Londres! Deve ser maravilhoso! Depois quero que me conte tudo...
    Tinha ficado um tempo sem ler aqui, mas agora li tudo o que faltava. Fantástico! Saudade!
    Abraço

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