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Ontem hoje e sempre. Londres é tudo de bom!!! |
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Tate Galery e Mirò |
Depois de uma semana de intensa atividade em Londres, estamos de volta à Milão. A rápida passagem pela capital da Inglaterra deixou novamente a sensação de quero mais. Estive alí em 2003 e é sempre uma experiência fantástica. A organização, o ritmo de vida e a infra-estrutura comprovam a competência dos ingleses em associar qualidade de vida, negócios, arte e divertimento.
Começamos a segunda-feira dando uma passada na exposição de Mirò na Tate Modern. Uma estrutura gigantesca que no passado foi a central elétrica de Londres e que desde 2000 abriga este importante centro de arte contemporânea.
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Laurence Olivier como Hamlet |
À tarde tinhamos o encontro no National Theatre, onde visitamos as três salas deste complexo mantido com recursos do Arts Council em parceria com a American Express. De início observa-se o nível de envolvimento com a cidade. Em um imenso foyer com um café-concerto, livraria, bilheteria e um restaurante inúmeras pessoas circulam e "consomem" o espaço independentemente de estarem alí para assistir aos espetáculos. Coincidentemente ocorriam três ensaios sendo no Teatro Cottesloe, o espaço mais alternativo, London Road sobre a história de um serial killer ocorrida em 2006.
No Teatro Lyttelton Onde Man Two Guvnors, adaptação musical para Servidor de dois Amos de Goldoni. E na grande sala Olivier The Cherry Orchard, de Tchecov, com uma cenografia gigantesca e muito realista. Pela descrição dos espetáculos podemos perceber como funciona a programação das salas. Cada qual com seu estilo de teatro e com um público específico. O complexo chama a atenção pela arquitetura à margem do Thamisa além da infraestrutura técnica impecável e com recursos de última geração. Visitamos também a sala de costura e a marcenaria. Tudo é produzido alí dentro dando a sensação de estarmos dentro de uma fábrica teatral.
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A espetacular Royal Albert Hall, ao sair fui reconhecido por um casal brasileiro |
Na terça feira pela manhã fizemos um percurso similar dentro do Royal Albert Hall. Casa de shows para 5000 pessoas. Foi possível acompanhar a passagem de som para o show de Eric Clapton que aconteceria logo mais à noite. 360 dias por ano esta casa abre suas portas para o mundo que está de passagem por Londres. Mistura shows e concertos alí produzidos com artistas consagrados Com recursos de primeiríssimo nivel e um conforto digno da família real foi certamente o local mais luxuoso que visitamos.
Logo mais à tarde visitamos a Royal Ópera Hall onde pudemos ouvir atentamente a diretora de patrocínio que explicou como são definidas as estratégias de patrocínio desta que é considerada uma das maiores casas de ópera do mundo. Localizada ao lado do mercado de covent-garden a estrutura é dividida entre o edificio histórico, o teatro em si, e o anexo onde estão localizados dois bares que atendem aos dois níveis de platéia. Um dos quais circulante e adaptável para qualquer tipo de situação. Deste andar através uma escada rolante panorâmica chega-se ao acesso aos camarotes que conta ainda com um restaurante. A decoração muda conforme o local. Do moderno ao clássico a sensação é de estar dentro de refinado transatlântico e percorrer seus diversos ambientes. Todo o complexo administrativo é localizado circundando a torre cênica com janelas que permitem observar o palco, o retro-palco e as coxias. Um perfeita harmonia técnica-administrativa. Sem nenhum pudor observamos por um destes vidros o ensaio dos bailarinos enquanto eram coreografados.
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Este quadro mostra como é Royal Opera House |
Ao circundar a torre cênica pudemos entender o funcionamento do palco que é capaz de abrigar seis cenografias contemporâneamente. Funciona como um tipo de puzzle que desloca o palco cênico em duas regiões por coxia além do retro-palco, fosso e urdimento cênico. Uma verdadeira máquina cênica controlada por computador, mecatronia pura. À noite assistimos à opera Werther. Perfeitamente bela mas para quem conhece muito bem a obra me parece que o libreto torna a história por vezes patética.
A quarta-feira previa uma passagem à cidade natal de Shakesperare, no entanto alguns problemas de logística impossibilitaram a nossa ida. Acabamos então passando algumas horas agradáveis pelos parques da cidade. Eu aproveitei para visitar a Samuel French, uma livraria teatral que representa muitos autores em lingua inglesa. Uma experiência fantástica. Alí é possível encontrar tudo relacionado ao teatro.
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Momento histórico dentro do Globe |
A quinta-feira foi totalmente dedicada ao GLOBE THEATRE, e pode-se dizer que será inesquecível. Pela manhã conversamos com o diretor de educação que nos contou como o espaço sobrevive sem subvenção pública. Assistímos ainda ao ensaio de "Muito barulho por nada". À tarde um intervento sobre o o espetáculo que iríamos assistir "Como Gostais". Uma das 22 peças escritas de Shakespeare. Que encenação primorosa. Que tempo cênico dos ingleses. Um espetáculo sem qualquer recurso técnico de luz e som e que mantém vivo a essência do teatro de ator. A peça que iniciou ao entardecer e terminou com a luz do luar mereceu os 10 minutos de aplausos calorosos de uma platéia dividida entre as galerias e o salão onde a as pessoas assistem ao espetáculo em pé. Inesquecível. A maior das experiências teatrais da minha vida.
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Os cubos da BBC |
Passamos ainda um belo sabado no mercado de Portobello em Notthing Hill, onde vimos alguns músicos de rua que valem cada minuto de observação. Ao retornar no domingo ficou a certeza do quanto Londres é a capital do mundo.
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Já diziam Paulo Ricardo e Caetano Veloso: I'm lonely in London, London, is lovely so. |
Londres! Deve ser maravilhoso! Depois quero que me conte tudo...
ResponderExcluirTinha ficado um tempo sem ler aqui, mas agora li tudo o que faltava. Fantástico! Saudade!
Abraço