segunda-feira, 7 de novembro de 2011

METRO DE CURITIBA X METRO EUROPEU

Bonde moderno convive com modelos do século passado
Em Milão a passagem de onibus/metropolitana custava €1 (R$2,5). Depois que o partido de Berlusconi perdeu a prefeitura foram divulgados rombos enormes na ATM uma espécie de URBS que controla o sistema. Cerca de € 300 milhões de furo. Assim a passagem subiu pra € 1,5.

Gastaria quase € 90/mês pra andar. No entanto posso ter uma assinatura mensal sem limite de uso por €30. Ou uma semanal com 12 bilhetes pra ir e vir durante seis dias por €8,4. O bilhete sempre vale por 90 min em qualquer "meio-público" e se for o caso posso até usar o mesmo bilhete pra ir e vir. Posso inclusive descer pra depois pegar novamente a mesma linha. Se andar muito o dia todo convém usar o diário €4,50 por 24 horas e rodo sem parar. 

Mais que mobilidade urbana isso é política de preço. Será que alguma empresa de Curitiba está preocupada com isso?

Bonde turístico que querem ressuscitar em Curitiba,
em Milão funciona um café dentro. No Natal
circula com luzes patrocinadas pela Peugeot.
É verdade que o transporte de Milão já foi melhor. Ainda rodam bondes, trens e ônibus velhos. Mas em 35/45 min troca aqui e ali você chega. Mobilidade. Temos o maior ônibus do mundo e ainda não conseguimos estratificar o consumidor de Curitiba. A metropolitana seria uma maneira de atrair as pessoas para o sistema. Que tal pegar o trem na estação Poty Lazzaroto com painéis do pintor e descer na estação da Ponte Preta pra ler um pouco de Dalton Trevisan? Que tal construir as estações com pequenos cinemas, bibliotecas, museus e teatros?

Acredito que uma boa dose de criatividade poderá atrair a classe média para os novos "meios públicos" de transporte em Curitiba. Algo que já acontece. Quem nunca sentiu vontade de dar uma passeada na linha turismo em um bom dia de sol? Ou mesmo nos longos e novíssimos BRTs?

Sociedade contemporânea. Como será a metropolitana de Curitiba?
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Mesmo se não aconteça tal "contaminação", e com tantos discursos contra, é preciso lembrar que a metropolitana é um ponto de encontro. Não de pessoas em si. Mas das pessoas para com a sua cultura. Para olhar a gente brasileira basta olhar dentro do transporte coletivo. Recentemente vi na Bienal de Veneza. um magnifíco trabalho o qual defini como "sociedade contemporânea".

Por fim, deixo aqui como exemplo a metropolitana de Torino. Tentativa para as Olimpíadas de inverno de 2006 e que obviamente ficou pronta depois.
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Sem condutor e com portas duplas nas estações o trem circula por galerias sempre iluminadas o que torna o percurso uma verdadeira viagem ao futuro. Sempre quis publicar este vídeo e já que se discute tanto a metropolitana  de Curitiba decidi deixar aqui uma contribuição com imagens da mais moderna da Itália. Quem puder, e quiser, pode dar uma olhada nos outros posts deste blog. Tenho certeza que vão se interessar muito.

Senhoras e senhores, a metropolitana de Torino, capital do Piemonte e da FIAT. Dos vinhos Barbera, Nebbiolo, Barolo, Barbera, Bonarda, Dolcetto di Alba e claro os da região de Asti. A cidade fria, trabalhadora, organizada, e acolhedora mas que é ofuscada pelo capital financeiro de Milão e pela festividade de Roma. Lembra alguma coisa? Godetevi: Metropolitana de Torino, ao custo de €350mi

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