quinta-feira, 17 de novembro de 2011

MOMENTO ITALIA BUNGA BUNGA BRASIL

Berlusconi. Ignorado no G20. Vexame na TV.
Sinto-me quase na obrigação de escrever sobre a queda do governo Berlusconi e sobre a mudança de direção no comando do país em que vivo. Ainda que seja uma situação provisória.

Tenho acompanhado e vivido o drama da política italiana. Não bastassem todos os escândalos de "Mr" Berlusconi, o magnata de sucesso tinha que se revelar ainda uma falência total como estadista. Ao cúmulo de no encontro do G20 em Nice, nenhum líder querer ficar perto dele. O vexame foi apresentado em diversos canais italianos em rede nacional.

Mas quanto tempo demorou para que um bando de apadrinhados políticos percebessem que há mais de 10 anos a Itália não só está parada mas segue na contramão, dentro de um túnel escuro e sem farol. 

O Bocconiano Monti, acumula a pasta econômica
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O pior é que se observa uma tranquilidade no país que é de assustar. O governo cai, uma crise gigantesca, PIB encolhendo e uma grande maioria que não se importa. Passam alheios aos fatos como se nada estivesse acontecendo. A política passa longe das rodinhas de bar.

Desde comerciantes italianos investindo em lojas e negócios, passando pelos defensores de Berlusconi e até os imigrantes para quem nada parece nunca mudar. Nem mesmo o senso de pertencer ao país. Sentimento fundamental para o ser humano, mas negado ao estrangeiro, e que os faz viverem em verdadeiras colônias etnicas dentro de uma Itália que não dialoga a língua da globalização. 
Giuliano Ferrara, ex-berlusca e maior crítico
do governo de Monti. Quer pegar? 
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Outra parte, defende o governo técnico do bocconiano Mario Monti. Esta maioria é ligada aos partidos que governam ou já governaram a Itália. E isto segue a lógica da perversidão política. Tais partidos sejam de direita ou de esquerda sabem que cortes e ajustes fiscais exigidos pela União Européia são tão impopulares que só poderão ser feitos por um governo sem a legitimidade das urnas. Ou seja para Berlusca um tremendo negócio ter deixado a "bota" nas mãos do Professor Monti.
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Outros, mais esquentados, associam o novo governo Monti a um golpe de estado disfarçado. Dizem que anteriormente se subia ao poder com armas. Hoje a arma é a depreciação dos títulos italianos. O "spread bancário". Ou seja o que se vê é um golpe de estado de banqueiros que tomam o poder pra salvarem os depósitos de um sistema bancário do século XIX. O engraçado é que a maioria destes críticos vem da direita italiana, principais interessados no sistema financeiro.

Por fim, os adeptos do quebra-quebra. Querendo aparecer a qualquer custo e inspirados nos franceses e ingleses invadem Universidades como a Bocconi e promovem arruaças e vandalismos. Sempre com a alegação de que se formou um um governo de extrema direita.

Quebra, quebra na Bocconi.
No entanto o que fica visível é que todos estes lados querem uma única coisa. Eleições já! Em nome da democracia.Agora é fácil. Com a  impopular lei de estabilidade até Berlusconi defende novo pleito. Seria como dizer no Brasil: ninguém votou a CPMF, mas ela foi técnicamente necessária.

Então, vamos a um novo capítulo na história da Itália. Vamos recomeçar do zero. Mas quem seria candidato? Talvez até mesmo Berlusconi que talvez até venceria. Não porque a Italia inteira o ama, mas por que somente quem o ama sai de casa pra votar. Este é o nível de alienamento político de uma nação não preparada para o voto facultativo.

Sinceramente eu gostaria que em nome do fim do Momento Italia - Bunga Bunga - Brasil tivéssemos nós um golpe de estado como este italiano. Um golpe apoiado pela presidente, pela câmara e pelo senado. Um golpe que nomeasse no lugar de todos os seus  ministros corruptos os professores e doutores das melhores universidades do Brasil.

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