terça-feira, 2 de agosto de 2011

A "OCUPAÇÃO" DA FUNARTE EM SÃO PAULO

Parece greve e é. O teatro brasileiro é dependente do estado.
Por que não cobrar um modelo econômico que favoreça à arte?
A FUNARTE nasceu com o objetivo de funcionar como um “braço” do Ministério da Cultura. Agregou várias tentativas falidas que segmentavam a política cultural no país como o extinto SNT(Serviço Nacional do Teatro).

Talvez se tivesse sido criada em outra época teria nascido agência regulatória como a ANCINE. Aliás porque o cinema tem uma agência regulatória e todas as outras artes tem uma fundação de direito público? Alguém saberia dizer? Em que difere um filme alternativo qualquer de um espetáculo alternativo qualquer? Em que difere um musical como “Fantasma da Ópera” e um filme como “Assalto ao Banco Central”?

Arts Council: modelo anglosaxo. Nós sempre gostamos
de copiar tudo, menos a eficiencia e a transparência.
De qualquer forma a existência de uma entidade pública como a Funarte vem para suprir a ausência de outras entidades financiadoras de origem privadas. Ou alguém já viu a Fundação XYZ financiar ou fomentar a arte no Brasil sem que haja dinheiro de renúncia fiscal no meio? Aliás alguém sabe quem é o maior empreendedor cultural do país e qual é o seu maior incentivador? Ele acaba de receber o título de mais sustentável do planeta.

A título comparativo: os americanos, canadenses e ingleses operam em um sistema chamado “arms lenght”. Com um piso orçamentário público definido por lei os diversos “Arts Council” federais, estaduais e municipais recebem e distribuem as verbas para as mais variadas artes, tendências e estilos. Sem distinção política ou artística.

De Thomas a Moeller que tal se arte fosse necessidade,
mais do que blasè ou moda?
Em um Brasil dos sonhos, a FUNARTE seria totalmente independente do governo. Teria governância e orçamentos mistos. Gestão pública e privada. Receberia doações oriundas de grandes fortunas e de heranças como a que o Eike Batista não poderia deixar em totalidade aos herdeiros. Teria também fiscalização e auditoria independentes. Possuiria patrimônio próprio, igual ao da PREVI e muito bem investido em títulos mundo afora que renderiam à mesma uma auto-suficiência de recursos. Com planejamento plurianual e estratégico seria gestida independente da bandeira do presidente ser vermelha ou amarela e azul.

Mas em um Brasil dos sonhos, o mercado cultural sobreviveria também por suas próprias fontes de receita. Com casas de espetáculos cheias, patrocínios e venda de publicidade, patrocínios técnicos e receitas não derivadas de sua atividade CORE (ou ARTÍSTICA se preferirem) mas de serviços adjacentes. Enfim, teria planejamento, gestão e composição orçamentária pública, privada e mercadológica.

Cultura não deveria tem partido. Muito menos no Brasil da realidade e não dos sonhos. Acompanhando os acontecimentos recentes me pergunto: qual dos lados desta história estaria pronto pra Brasil dos sonhos?

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