segunda-feira, 11 de julho de 2011

DE VOLTA AO BRASIL E AOS PALCOS


Seis meses longe de casa, da família e do teatro, pra estudar economia, balancetes e números. Para um ator com 18 anos de carreira, quase toda ela dedicada ao teatro curitibano, poderia ser um martírio não fosse um detalhe: teatros de grande porte foi onde passei grande parte do tempo em que estive na Europa estudando Gestão do Espetáculo e das Indústrias Culturais entre janeiro e junho deste ano.
Na sede da SDA Bocconi, a primeira “Business School” da Itália fundada em 1971 e hoje número 1 no país pelo Global MBA Rankings 2011 do Financial Times, nosso grupo viu e aprendeu de tudo. Digamos que fiz um intensivo de gestão pública, economia, contabilidade, administração e marketing. A diferença é que tudo isso era no final sempre aplicado ao teatro e ao terceiro setor.
Sala de aula na SDA BOCCONI, número 1 na Itália
Com 8 horas diárias o percurso iniciou com as POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A CULTURA, ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, ECONOMIA EMPRESARIAL, GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS E ARTÍSTICOS, MARKETING, SOCIAL NETWORK, CONTABILIDADE, GESTÃO ECONOMICA E FINANCEIRA, ESTRATÉGIA E PLANO DE NEGÓCIOS. Tais matérias eram intercaladas com disciplinas ligadas ao mundo do espetáculo como: ÓPERA, BALLET, MÚSICA, ORGANIZAÇÃO DO ESPETÁCULO, LEGISLAÇÃO PARA CULTURA ITALIANA,
Além do programa disciplinar visitamos os mais importantes teatros do mundo, além do Piccolo e o Scala, anfitriões do curso, passamos e estudamos as estruturas e a organização do National Theatre, Royal Opera House, Royal Albert Hall, Globe Theatre e BBC Television.
Obviamente não faltaram espetáculos pra assistir foram ao menos uns 2 por semana. Mais era impossível devido à carga de trabalhos em grupo a serem produzidos. A bagagem teórica está toda sendo traduzida e formatada. Em março de 2012 devo defender minha tese na SDA Bocconi comparando as políticas culturais brasileiras com as européias e a americana. Estamos vivendo um momento importante com a formatação da nova Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o PROFICE, o novo Programa Nacional de Incentivo à Cultura, o PRÓ-CULTURA e a criação do VALE-CULTURA. Acredito que com a aprovação destes projetos seremos o único país no mundo com financiamento à cultura direto e indireto, que atende à oferta e a demanda e que trabalhará de forma descentralizada e em parceria com estados e municípios.
Desde que retornei ao Brasil tenho encontrado com várias pessoas a maioria que acompanha minha trajetória como ator e perguntam quando estará em cena novamente. Assim, para celebrar este retorno volto em cartaz com dois monólogos estrelados por mim: Macho Não Ganha Flor (com textos de Dalton Trevisan) e Desejo na Rua das Flores (texto de João Luiz Fiani). O espetáculos farão temporada até o dia 28 de agosto na Sala 02 do Teatro Lala Schneider.


Desejo, personagem visceral
DESEJO NA RUA DAS FLORES: o texto de João Luiz Fiani que foi vencedor do Edital Oraci Gemba em 2007 e que logo em seguida realizou uma curta temporada de sucesso no Teatro Novelas Curitibanas. Uma leitura delirantemente visceral da personagem, o que leva a platéia a alternar momentos do mais incontido riso até aquela vontadezinha de chorar as vezes. Um homem, sentado em um banco de praça de uma cidade qualquer, vislumbrando a vida e mostrando um universo focado em primeiro plano nos monólogos mais existenciais: o ser humano em seus questionamentos cotidianos e aparentemente simples, mas que muitas vezes mostram-se os mais difíceis de se responder face ao hábito de preocupar-se mais com o futuro, esquecendo do momento presente. 
Macho: a Curitiba de Trevisan
MACHO NÃO GANHA FLOR: um espetáculo construído a partir de contos selecionados pelo próprio Dalton Trevisan e transpostos para o palco. São diversos personagens de Curitiba e a maioria dos contos do espetáculo são retirados do livro homônimo e de alguns outros famosos publicados pelo autor. Os contos focam temas contundentes como a violência, inclusive nos relacionamentos homem/mulher.
Assim, quem quiser conferir meus espetáculos tem até agosto para fazê-lo. Em setembro retorno para Milão. Recebi um convite de Giovanni Soresi, diretor de planejamento do Piccolo Teatro di Milano para realizar um estágio entre outubro e dezembro e acompanhar o início da temporada 2011-2012.
Será estratégico, já que Piccolo Teatro virá ao Brasil em 2012 com 02 espetáculos. No período em que estávamos trabalhando dentro do Piccolo Giovanni Soresi, que atua na comunicação do teatro desde 1967, percebeu que eu era um cara de teatro e aí surgiu o convite.
Vou aproveitar também esta temporada em Curitiba pra emplacar uma versão em língua italiana dos espetáculos, as apresentações italianas deverão acontecer entre janeiro e março de 2012.

Um comentário:

  1. vc vai apresentar os monologos em Milao tb!? que otimo! vou te ver! :) beijao! e muita merda!!!

    ResponderExcluir