sexta-feira, 4 de novembro de 2011

OIGNORADOS E A GESTÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS

Dando sequência ao assunto Edital de Patrocínios Incentivados da OI parto de um dos poucos momentos em que a empresa resolveu se pronunciar pelo Twitter. Convenhamos que a explicação do instituto deixou muito a desejar.
Espaço OI em Ipanema, antiga central de telefonia.

"Oi Futuro aguarda a criação de lei no Paraná. Em SC, a lei foi suspensa há 4 anos, e trabalhamos junto ao governo para destravá-la".

Começemos pelo fim. "Destravar" não é um termo muito utilizado no meio artístico e muito menos no coorporativo de onde deveria ter vindo esta postagem. "Destravar", remete a uma idéia de mecânica, tecnologia, computação. Talvez a OI gostaria de ajudar a operacionalizar a lei de Santa Catarina? Informatizá-la talvez? Tentemos por um momento entender um pouco desta história entre OI e GOVERNOS ESTADUAIS que começa a ficar nebulosa.

Teatro KlaussVianna em BH, outro espaço OI. No Paraná eles tem uma "torrezinha" herdada da Telepar.
Apenas um "mero" cartão postal de Curitiba, cidade preterida pelo OI FUTURO.
Talvez a OI pretenda usar um software de inscrição de projetos como aquele que ela utiliza no cadastramento nacional de projetos? Um software que por sinal é exatamente igual ao software que o Governo do Estado do Rio de Janeiro põe a disposição dos proponenentes para a inscrição dos projetos culturais. Com os mesmos campos, tamanho, formatação, etc. Um software igualzinho onde quem entra com um projeto na Lei Estadual do Rio de Janeiro, posteriormente passa pelos mesmos procedimentos para protocolar o mesmo projeto na OI.  

Mas teria sido o mesmo fornecedor de software? Ou teria sido a OI TELEFONIA a mentora do referido software? Teria sido ainda um fornecedor terceiro que coincidentemente atende ao Estado do Rio de Janeiro e que também atende a OI FUTURO?

Será que é por isso que muitos dos projetos aprovados já estão em execução? Não gostaria de entrar na lista de projetos, mas um deles chama-se "Concertos para Juventude 2010/2011" a ser realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, mas já estamos em novembro 2011!?! Como vão prestar contas? Com notas fiscais usadas em 2010? Nós vivemos uma lógica de projeto não de processo.
Museu das telecomunicações, herdado da Telemar.
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Coincidência ou não, parece que a empresa tem uma predileção pela cidade do Rio de Janeiro a quem presenteou com dois espaços culturais e ainda patrocina um teatro que hospeda os grandes espetáculos musicais da orla carioca.

São iniciativas das mais louváveis, não fosse esta uma empresa de atuação nacional e que deveria dar transparência aos seus atos. Não só com a publicação de balanços sociais, mas com a própria prestação de contas publicada no site. De onde vem o dinheiro e para onde vai. Básico, feijão com arroz.

Por fim, vale lembrar que a OI FUTURO é um instituto pertencente ao terceiro setor e deveria publicar balanços e prestações de contas com pareceres de auditores independentes em seu site, além de mostrar a rotatividade e alternância na governança do instituto. Afinal, transparência no terceiro setor é tudo. Caso contrário qualquer cidadão poderá e terá o dever de questionar.

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