sexta-feira, 4 de março de 2011

COMEDIE-FRANÇAISE

Tenho ainda muito o que escrever, mas de repente percebi que devo dividir este espaço entre: diário de classe, artigos e experiência. E hoje certamente aconteceu algo do gênero.


Eu e minhas colegas, Silvia, Angela, Sofia, Viviana e Beatrice fizemos uma apresentação muito interessante sobre a Comedie-Française. Uma sociedade de atores criada em 1680 e que desde 1799 administra a sala Richilieu e outros dois teatros em Paris. Um prato cheio pra mim.

O trabalho consistia em analisar a história da comedie, a leadership de Jean Pierre Miquel que foi responsável em 1993 por um novo "start-up" do teatro, os momentos de crise e o atual posicionamento do teatro na relação qualidade artística versus demanda do público.


Coube a mim abrir a apresentação falando da vision do teatro: "unidos na singularidade". Algo criado naquele longínquo 1680 logo após a morte de Molière que foi o responsável pela grande transformação do teatro na Europa.

E aqui inicia-se a experiência. Como não vou pra cena à algum tempo, meus colegas italianos de classe acabaram transformando-se repetinamente no meu público mais intimo e conhecido. Daquele tipo que te admira, te segue e fica à espera as suas melhores batutas, gags e cacos. Ou seja falar de um teatro, falar da commedia dell'arte, mostrar a máscara de Scaramuccia, discutir a importância de Moliere, analisar este magnifico teatro com sua história singular e ver a reação da platéia me deixou profundamente à vontade para dar o melhor de mim. Alguém me disse não poder tirar os olhos da apresentação. Começo acreditar no efeito bumerangue identificado pelo colega Edson Bueno.


Claro que serão memoráveis todos os momentos e espaços que pudemos analisar no dia de hoje. Foram cases maravilhosos como: "Montreal Opera", "Royal Opera House", que nos fazem cada vez mais acreditar na capacidade de nossos aparelhos culturais no Brasil. Afinal o que queremos é ver o público consumindo e frequentando teatro como NÃO tenho feito, mas tenho muito ANALISADO.

Assim resolvi homenagear este dia com algo importante e memorável. Nossa apresentação de "Nem Freud Explica" junto com meu partner e autor João Luiz Fiani no Teatro Guaíra em outubro passado.

Olhando esta foto hoje na classe pude ver a felicidade de meu irmão Giovanni, minha cunhada Ana, meus queridos Glauber Gosrki, sua esposa e meu compadre Mote. Minha mulher Thamis lá atrás com o nosso Francisco no colo junto com meu amigão Vinicius di Salvo (que veio do Rio de Janeiro) e tantos outros que ainda não localizei mas que lá estavam.

E se observarmos a felicidade de cada uma destas pessoas em especial a senhora de verde (na segunda ou terceira fila no lado direto da platéia central rindo muito), posso dizer que era a mesma face de meus colegas: Lara B, Priscila, Valentina, Federica, Elena, Elisa, Susanna, Ana, Vittoria pra falar das primeiras filas da classe.

Concluindo: Não importa se são 2100 ou 35 pessoas. Se estamos em 1680 ou em 2011. Em um teatro ou na classe de aula. A relação artista-platéia será sempre a coisa mais nobre que já presenciei na minha vida. Vida longa para a "vision" da comedie-française: "simul et singulis".


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